quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Atividades Práticas de Biologia - CEDUP - GV

1 INTRODUÇÃO

É de consenso que a experimentação é atividade fundamental no ensino das ciências. As atividades experimentais, embora aconteçam pouco nas salas de aula são apontadas como solução que precisa ser implementada para a tão esperada melhoria no ensino da Biologia.
A partir das experiências os alunos podem desenvolver diversas habilidades, entre elas: manipulação de objetos, socialização, colaboração entre os grupos, questionamento e desenvolvimento do pensamento científico.
Como a Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina, através de suas Gerências Regionais vêm ofertando sistematicamente cursos de capacitação se resolveu abordar tal assunto durante capacitação de Biologia realizada no período de julho a novembro de 2008.
Os ministrantes eram docentes da UNOESC - São Miguel do Oeste e os cursistas professores de Biologia da rede estadual de ensino. Na ocasião, após a parte teórica e prática curso, foi apresentada uma proposta de trabalho a distância visando à conclusão do curso. Assim, se pensou em de atividades práticas experimentais que fossem aplicadas nas aulas de Biologia.
Ao verificar o conteúdo programático a ser trabalhado, se pensou nas práticas a serem realizadas. Inicialmente, foi feito um levantamento do material de laboratório existente na escola, uma vez que a mesma não dispõem de laboratório ou espaço específico para aulas práticas de ciências.
Portanto, as práticas foram pensadas para serem realizadas com os materiais disponíveis no espaço da sala de aula no Centro de Educação Profissional Getúlio Vargas, localizando em São Miguel do Oeste – SC com as turmas das 1ª séries 01 e 02 do Ensino Médio concomitante com o Curso Técnico em Agropecuária.



2 DESENVOLVIMENTO

2.1 PLANEJAMENTO

As atividades práticas foram selecionadas e adaptadas à realidade da escola. Para tanto, foram consultados livros didáticos, sites na internet de modo a obter roteiros de experimentação que seriam adaptados para que os alunos pudessem realizá-las. As atividades selecionadas foram testadas previamente, para que fosse possível detectar antecipadamente problemas que pudessem ocorrer na sala de aula, como também para não exceder o tempo disponível.

2.2 ATIVIDADES EXPERIMENTAIS REALIZADAS

As atividades foram desenvolvidas na disciplina de Biologia nas turmas de 1ª séries.
Os alunos nas classes em que as atividades foram realizadas foram organizados em grupos de acordo com o material disponível, para que todos pudessem participar sem muita dispersão.
Como as classes possuíam, em média, 30 alunos, os grupos foram compostos por 4 ou 5 elementos, que juntavam as carteiras, já que não haviam bancadas, se distribuindo de forma a facilitar a circulação na sala de aula e visualização das orientações repassadas pela professora.
O material utilizado era preparado previamente, sendo que durante a prática havia três momentos: o início, o desenvolvimento e a discussão.
No início, era feita uma explanação com informações do assunto a ser trabalhado e os objetivos da experiência.
Após a divisão dos grupos, era distribuído o material e era feita a leitura do roteiro. Geralmente a prática era realizada simultaneamente pela professora e pelos grupos, enfatizando o nome da vidraria e nomenclatura científica dos processos realizados.
Durante as discussões, eram comparados os resultados obtidos pelos grupos fazendo uma relação com situações cotidianas. Ao término das atividades, era solicitado aos grupos que respondessem um questionário ou entregassem um relatório como forma de avaliação.


AULA PRÁTICA I

Objetivos
- Constatar a ocorrência do processo fotossintético;
- Identificar os elementos necessários para realização da fotossíntese;
- Perceber a importância da energia luminosa à fotossíntese;
- Extrair dois pigmentos fotossintetizantes (clorofila e xantofila);
- Relacionar estes pigmentos ao processo fotossintético;
- Reconhecer a importância da clorofila para absorção de luz;
- Identificar a presença de outros pigmentos nas folhas dos vegetais.

Experimento 1 - Extração de Pigmentos
Materiais
Folhas de vegetais: Tradescantia sp., Coleus sp., Tetragonia expansa, Brassica oleracea, Cichorium intybus.
Álcool e Acetona Cuidado ! São Produtos voláteis e inflamáveis
Funil
Almofariz com pistilo
Béquer
Tudo de ensaio
Proveta
Procedimentos
Macerar as folhas com o pistilo no almofariz e acrescentar álcool;
Passar a solução pelo funil com algodão reservando-a em um béquer;
Colocar a mistura na proveta, medindo a quantidade de solução obtida;
Colocar o conteúdo em um tudo de ensaio e acrescente a mesma medida de acetona ou similar;
Agite bem;
Observe o fracionamento da mistura.

Experimento 2 – Cromatografia

Materiais
Solução da experiência anterior
Papel filtro
Procedimentos
Recorte um retângulo de 5 cm x 2 cm de papel para coar café ;
Colete um pequeno volume da solução em um béquer;
Coloque a tira de papel dentro do béquer e observe.

Avaliação: Elaboração de relatório


AULA PRÁTICA II


Experimento 1 - DNA na cozinha

Objetivos

- Conhecer os princípios básicos da extração de material genético (DNA) utilizando alimentos - variados;
- Isolar o DNA;
- Verificar que a quantidade de DNA obtida é variável;

Materiais
1 morango fresco ou outro alimento ( tomate, banana, cebola, batatinha);
10 ml de solução de extração de DNA (5 ml de detergente sem corante, 1,5 g de sal de cozinha e 90 ml de água – suficiente para 10 grupos);
Aparato filtrante; 1 filtro de papel com funil ou 1 filtro com gaze/algodão;
Álcool etílico gelado;
1 tubo de ensaio;
1 bastão de vidro ou palito de madeira.
Procedimento
Macere o morango e adicione a solução de extração de DNA;
Derrame o extrato no aparato filtrante e deixe filtrar diretamente no tubo de ensaio;
Derrame devagar o álcool gelado no tubo;
Mergulhe o bastão de vibro dentro do tubo no local onde a camada de álcool faz contato com a camada de extrato;
Mantenha o tubo ao nível dos olhos para ver o que está acontecendo.


Avaliação
Qual é a função do sal?
O que o processo de maceração faz?
O que acontece quando se aciona o detergente?
Qual é o papel do álcool etílico?
Por que você não pode ver a dupla hélice do DNA?
Os diferentes tipos de alimentos têm a mesma quantidade de DNA? Comente.Qual é o papel da alteração da temperatura realizada em alguns dos experimentos?


3 CONCLUSÃO


A formação continuada dos professores contribui em muito no processo de ensino aprendizagem dos alunos e no desenvolvimento pessoal dos próprios educadores, uma vez que a troca de idéias e práticas fomenta a melhoria no desempenho da prática educativa. Desta forma, vale salientar que tais momentos devem ser vivenciados de forma periódica.
A busca pelas atividades práticas é uma constante, facilitada pelos meios de pesquisa e comunicação como a internet.
Durante a realização das práticas os alunos se mostravam empolgados de forma geral, participando, escutando atentamente as explicações e desenvolvendo as atividades de forma coletiva.
Percebeu-se que existe a falta de familiaridade com os experimentos, desconhecendo os nomes dos materiais utilizados e as regras básicas de segurança a serem adotadas durante sua realização.
Dentre as limitações encontradas, estavam: a falta de espaço físico e equipamentos adequados. Desta forma, cabia a professora a preparação prévia do material a ser utilizado. Além disso, o mesmo precisou ser lavado na cozinha., tarefa geralmente realizada posteriormente pelo professor ou aluno voluntário.
Sem dúvida tal modalidade de prática educativa possibilita uma abordagem prática da Biologia, o que é importante para o aprendizado do aluno, pois permite o questionamento e a elaboração de conclusões através da visualização da teoria. Contudo, seria necessário melhorar a condição física, de pessoal e equipamentos nos estabelecimentos de ensino da rede estadual para que as práticas aconteçam em espaço adequado se tornando mais freqüentes e sistemáticas.